Tese + Antítese = Leandro
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
sábado, 23 de junho de 2012
O que vale mais?
sábado, 20 de novembro de 2010
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Mais uma
Composição: Rodrigo Amarante
Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena
Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar
a minha TV num jeito de te levar
a qualquer lugar que você queira
e ir onde o vento for, que pra nós dois
sair de casa já é se aventurar
Ah vai, me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Los Hermanos
quarta-feira, 19 de março de 2008
Tchau
porque não vivo como era.
O que leio tem vida,
o que escrevo é quimera.
O que vivi eu senti,
o que sinto são restaurantes.
Não quero voltar,
apenas ressuscitar
o eu que jaz e que não faz.
Ainda bem que tem a Vivian,
que no momento me satisfaz.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Um poço de emoções: um poema diferente do costume
No fundo a água é frenética.
Nas laterais é libido me apertando.
No ar é sarcasmo me sufocando
Emoções são assim, vem em vão,
ficam sem pedir e vão sem avisar.
São ótimas para rimar,
principalmente com coração,
canção, violão, pião, pão e japão.
Dizem que tem emoções sem emoção,
Normalmente isso acontece
quando estamos sem inspiração.
O que hoje não é o caso,
pois como disse: estou um poço de emoções.
segunda-feira, 3 de março de 2008
E de repente:
Um anônimo diz que o outro não é um, porque o outro é anônimo e anônimo é anônimo. O outro anônimo disse que não escrevo bem, mas que o anônimo sim. Talvez porque seus textos revelam identidade, perplexidade e honestidade de ser anônimo, mas como saber se não podemos perguntar ao anônimo que resolveu se manifestar anonimamente, mas devemos acreditar, pois todo anônimo sempre tem a premissa de dizer a verdade, afinal, são anônimos e anônimos sempre tem a tendência para isso, pois não precisam dizer quem são, apenas dizer o que são. E o que são? Anônimos.
Após este texto dirão: olha como ele escreve mal, sem rimas e emoção, mas pra que emoção quando não se tem coração, apenas identificação.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Um poema
Ninguém venha me dar vida
Ninguém venha me dar vida,
Que estou morrendo de amor,
Que estou feliz de morrer,
Que não tenho mal nem dor,
Que estou de sonho ferido,
Que não me quero curar,
Que estou deixando de ser,
E não quero me encontrar,
Que estou dentro de um navio,
Que sei que vai naufragar,
Já não falo e ainda sorrio,
Porque está perto de mim
O dono verde do mar
Que busquei desde o começo,
E estava apenas no fim.
Corações, por que chorais?
Preparai meu arremesso
Para as algas e os corais.
Fim ditoso, hora feliz:
Guardai meu amor sem preço,
Que só quis quem não me quis.
Cecília Meireles
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
A Medida da Paixão
A Medida da Paixão
(Lenine/Dudu Falcão)
É como se a gente não soubesse
Pra que lado foi a vida
Por que tanta solidão
E não é a dor que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão
Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou
É como se a gente pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração
Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me maltratou
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Em Santos
enviado por: arcanjo caído
não nego nada, não sou covarde..... se o mundo não vale a pena para alguns, que estes estão fadados a cortarem os próprios pulsos. No lodo do mundo existe uma flor dourada que brota entre os galhos podres, essa flor é o legado de busca da minha existência, aqueles que não se atrevem a procura-la também, que não se atrevem a enfrentar seus próprios medos para nadar na lama fria apenas merecem a misericórdia dos arcanjos erguidos e, talvéz, o seu perdão.
sábado, 17 de novembro de 2007
Violência gera violência
No entanto, gostaria de convidar o leitor a refletir sobre as causas da violência. Neste aspecto existe no senso comum a idéia que pobreza gera violência. Caso fosse verdade teríamos, no mínimo, 30 milhões de cidadãos comuns praticando crimes e nenhum político envolvido em esquemas de corrupção. Por outro lado, não podemos desconsiderar o fator sócio-econômico, o que ocorre é que a violência praticada por pobres é gerada pela combinação da extrema pobreza com a extrema riqueza, ou seja, a desigualdade social, que nosso país possui um dos índices mais elevados do mundo. O pobre violento é aquele que se indigna com sua situação quando observa a outra ponta da sociedade, o rico ostentando seus bens. Alguns ingênuos dizem que se trata de inveja, porém não é tão simples quanto parece. Para entendermos tal situação é preciso se aprofundar na lógica do sistema capitalista.
A ideologia capitalista burguesa declara juridicamente que somos todos iguais, mas a realidade concreta evidencia o contrário. Via de regra, as pessoas não possuem oportunidades e condições de vidas iguais, somos seres desiguais na igualdade. E a capacidade individual passa longe da explicação dessa situação. Evidente que existem diferenças entre as pessoas, mas elas não servem como explicação dessa realidade. Quantas e quantas vezes encontramos pessoas potencialmente capazes para executar igual ou melhor atividades exercidas por ricos e milionários, faltando-lhes apenas as oportunidades para se desenvolverem. O centro dessa situação está na organização do mundo do trabalho em que separa proprietários de não-proprietários, em que os primeiros extraem da combinação do trabalho coletivo dos segundos o sobretrabalho que gera o lucro, impedindo através do poder econômico o pleno desenvolvimento das capacidades dos homens e mulheres menos favorecidas. O trabalhador é o combustível das engrenagens do sistema e sua função é ser “queimado” enquanto seu proprietário usufrui dos benefícios que a máquina lhe proporciona.
Não pretendo colocar a discussão em termos maniqueístas, da luta do bem contra o mal. Seria uma simplificação arbitrária. Tal situação decorre de um processo histórico consolidado e em construção, cujo desenvolvimento deu-se no Brasil de forma tardia e atrelado a aspectos conservadores. Uma expressão desse processo é a associação do capital produtivo com o capital fundiário, que criou no Brasil uma forma específica e particular da renda da terra. A reforma agrária, por exemplo, é um problema conservado pelas elites brasileiras, enquanto em outros países essencialmente capitalistas tal problema encontra-se resolvido, para citar apenas dois temos o Japão e os EUA.
Esta organização do mundo do trabalho se expressa na composição política do Estado (leia-se organização coletiva entre os indivíduos dentro de uma sociedade). O Estado por princípio político é local no qual os segmentos da sociedade civil devem ser representados, cada qual organizado em partidos ou por outros meios. E é neste universo que se pratica atualmente o maior ato violento: a corrupção. A corrupção é uma violência contra o cidadão que paga seus impostos, uma violência contra a fé pública, uma violência contra a soberania política do indivíduo, uma violência institucionalizada, ou seja, não se trata apenas de Renas, ou Roriz, estes são apenas agentes de uma estrutura corrompida. O nome da vez passa e a instituição fica e produz outros nomes. Assim, temos a institucionalização da violência simbólica contra o indivíduo, que combinada com a desigualdade social descrita linhas acima produz a violência física nua e crua, salvo exceções patológicas, que de certa forma também possuem raízes nas relações sociais, mas não se justificam por elas. O que nos chama a atenção neste processo é a generalização e banalização da violência social cotidiana, furtos, crime organizado, violência doméstica, entre outros. Esta violência é resposta ao quadro social e político do país, embora, muitas vezes tais atores nem se dão conta disso, pois caso tivessem consciência da estrutura que cria suas vidas talvez a situação fosse diferente.
É importante lembrar que em outras épocas a política foi espaço privilegiado para expressar e lutar contra essas desigualdades. A indignação se manifestava por meio da organização política enviesada por uma postura ideológica. Foi, não é mais. O que vemos hoje é um sistema político que mostra claramente sinais de que esta via foi corrompida. E a cada dia que passa cidadãos comuns perdem sua fé no ente público e transforma a política em meio para satisfazer seus interesses particulares, praticando violência que por sua vez gera mais violência. Portanto, não basta investir em policiamento para combater o crime e a violência. É necessária a atuação em diversas frentes, entre elas, o social e o político.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Hoje é um dia daqueles
Hoje é um dia daqueles, daqueles em que fico deitado no tapete agarrado em minhas almofadas na tentativa de conseguir algum conforto artificial. Fiquei ali deitado tentando me observar do teto da sala. Meu corpo refletia feixes de luzes da TV que passava algum programa que não faço a menor idéia do que falava. Pensei na festa de ontem, lembrei-me da Geisa, uma advogada que conheci e que troquei olhares e algumas palavras imbecis. Não consigo entender quem sou nesses lugares, talvez seja um rapaz com olhar triste, com o peito fechado, o coração sangrando, enfim, essas coisas que não deixo transparecer. Lembrei-me também que poucas horas antes de conhecê-la havia prometido pra mim que ficaria sozinho pelo resto da vida, que não tentaria dividir minha vida com ninguém. Fico me perguntando, quando isso começou? Porque não sei mais dividir? Talvez a pergunta certa não seja esta. É melhor perguntar: algum dia eu já soube dividir minha vida com alguém? Perguntas inúteis para uma vida curta. Volto a me observar do teto, a sala está girando, girando, girando. No centro meu corpo se transforma em uma massa homogenia. No teto o poeta, no chão a realidade. Levanto-me e venho escrever essas poucas palavras, mas ambos continuam lá, um no teto e outro no chão. Aqui apenas uma carcaça, um instrumento, uma peça de computador comandada pelo poeta que sussurra sua mais sublime visão do chão. Acendo um cigarro e me lembro que me prometi parar de fumar. Volto a me perguntar: quem era aquele rapaz na festa? O do chão, do teto ou do computador? Talvez todos, talvez nenhum, agora isso já não importa, a festa acabou e ficaram apenas lembranças de um olhar.
sábado, 22 de setembro de 2007
A Terra e a Morte
domingo, 8 de julho de 2007
Imprensa e impunidade
domingo, 17 de junho de 2007
Liberdade é futilidade nesse país
Assim que tive conhecimento da frase da Marta Suplicy me lembrei de um trecho do livro de Marshall Berman, Tudo que é sólido desmancha no ar, que diz “É inútil resistir às opressões das injustiças da vida moderna, pois até os nossos sonhos de liberdade não fazem senão acrescentar mais elos à cadeia que nos aprisiona; porém, assim que nos damos conta da total futilidade disso tudo, podemos ao menos relaxar”. A vida moderna se consagra cada vez mais no Brasil, como cidadão, sinto-me cada vez mais aprisionado e parte integrante de estruturas e instituições comprovadamente falidas no objetivo de atender o bem comum, o senado é o exemplo da vez. Nem a cidadania concedida de outros tempos já não faz mais sentido, antes pelo menos os pobres tinha a proteção do senhor de engenho. Agora nas cidades ficamos a mercê da burocracia, do conservadorismo das instituições, da falta de organização e seriedade perante o cidadão. A cidadania comprada também já está difícil de exercer, pelo menos para a classe média, o direito de viajar que comprei não posso exercer plenamente como consumidor. O ditado agora é: “cada um por si e Deus pra mim”, pois quem sabe assim posso pelo menos “relaxar e gozar” no conforto da minha prisão.
sexta-feira, 15 de junho de 2007
terça-feira, 5 de junho de 2007
Acreditar ou não, eis a questão
Eu sou um homem.
Eu acredito em mim.
Logo, acredito nos homens.
No entanto, meu espírito cético não fica satisfeito com essa conclusão. Sempre fica algo de desconfiança no ar, algo de “não pode ser tão simples assim”. Não posso arbitrariamente reduzir isso a uma crença individual em mim mesmo, ou posso? Mas o equivoco começa no conceito crença, o que significa crer em mim ou no ser humano? O problema, portanto, está no enunciado da questão: “já não acreditamos em Deus”. Ao colocar o ser humano no mesmo patamar de Deus, minha associação direta foi questionar a existência metafísica no caso de Deus e física no caso dos homens, por isso desconfio ter concordado no momento. Mas o sentido de crer não deve caminhar por esta via, pois isto não é uma questão digna de preocupação filosófica, pois se trata de fato ontológico. O primeiro apenas existe enquanto consciência coletiva, a existência ou não metafísica é pura especulação, ou como diria os mais sensatos: masturbação teórica. Na outra ponta, nem precisa muitas reflexões, basta um beliscão. A questão, portanto, está em acreditar se o homem é bom, se suas ações são confiáveis, enfim, se seu comportamento é digno de crença. Bom, quanto a isso basta darmos um breve olhar na história da humanidade e vermos os resultados nos dias de hoje e fecharmos com um bom silogismo dedutivo:
Eu sou um homem.
Os homens são um câncer.
Logo, eu sou um câncer.
Eu sou um ser individual.
Eu acredito no indivíduo.
Logo, a única coisa que existe é o indivíduo.