segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Frase da semana misturada

Neste final de semana o Léo criou, e eu aderi, um movimento de publicar a frase da semana. Depois de intensas elucubrações, viagens e procuras escolhi a frase de uma carta que Nietzsche escreveu a Peter Gast, em fins de agosto de 1883:

“Nos pormenores, há uma quantidade incrível de coisas vividas e sofridas por mim; várias páginas pareceram-me ensangüentadas”

Também existe um poema de dois grandes amigos:

Meu amor não quer berços, quer a liberdade fora da cerquinha.
Fumaça, cinzas, meu amor... açúcar o dezabu.
Esquecendo o cinzeiro que está aqui,
Em frente aos meus olhos, esfumaçados pela cinza do meu amor,
Que não é dois, nem é mil
Cócegas? Quem as fazem? São ossos remoendo no frio.
Ventre cansado de azucar o dezabu.
Estará na música perdida, estará sozinha, de relance insinuada?
O passado é átomo desfeito, gelo, desespero e beleza.
Reflete meus olhos para o infinito de algo interior.
Mas dentro? Dentro? Lá dentro existe realmente?
São apenas cinzas...
Em meus olhos refletidos, de apetite.
Você é meu erro predileto, estaremos juntos?
Tu já fazes parte de minha alma...
És inseparável.
A face madura de meus dedos recostam tristes suas lágrimas.
Esta noite vejo-me sob os meus dedos,
Calejados pela vida, entorpecidos de vinho e mel.
Vejo-me em prosa, em conto, em poema, em vida.
Como arte vulgar, como imagem batida, como cores esquecidas.
E ainda relembro e relembro...
Cilmar Benedito Cura e Moacir Carranca

Nenhum comentário: