terça-feira, 27 de março de 2007

Coisas novas

Não posso deixar de informar aos queridos leitores que tem várias coisas novas no link Contos e Poesias e uma coisinha no Cinema. Ali ao lado, é só clicar...

sábado, 24 de março de 2007

Decoração móvel e útil

As mudas que plantei no vaso solitário ainda não floresceram, e acho que nem vão. As outras ainda continuam pequenos brotos lutando para chegar ao céu, logo, logo perco a paciência e planto flores artificiais e as coloco no banheiro, só de castigo. Mas enquanto a natureza não decide esse problema eu decidi deixar de lado os quadros e pendurar três capas de vinil na parede. Aí fica uma decoração móvel e útil, o que é uma contradição. Onde já se viu decoração móvel e útil, aí deixa de ser decoração. Mas acho que vai ficar legal, pelo menos fica minha cara: "móvel e útil, quase decorativo". Na parede ao lado da cama vou colocar Vinicuis de Moraes, embora um pouco machista muito sensível em outros aspectos, que supera qualquer interpretação reducionista de sua obra. Ao lado do Vinicuis, mais próximo à cabeceira, vou pendurar o Cubano. Uma capa linda com um casal, no qual o homem está admirando a beleza de sua companheira, uma provável cantora, que olha distraidamente para além do vaso de flores que os separam. Na cabeceira vou suspender uma capa do The Cure. Standing on a Beach – The singles. É um rosto de um velho marcado pelo tempo, com olhar penetrante e ao fundo uma praia.

quinta-feira, 22 de março de 2007

A vida em minha janela, enfim, mestre

A vida aflora nos vasos de minha janela. Como não tenho filhos estou me dedicando a observar o nascimento de uma flor. Pelo menos não me dará muito trabalho quando crescer. Apenas contemplarei sua beleza e continuarei regando com pequenas doses de água e fazendo algum carinho em suas pétalas para que fique feliz. Não projetarei minhas frustrações, pois sua natureza não me permitirá. É interessante observar o nascimento. Primeiro fui lá, enchi de terra dois pequenos vasos e cuidadosamente semeie com germes secos. Como nunca havia feito isso o tempo foi traiçoeiro comigo. No dia seguinte já estava ansioso por ver algo florescer, mas nada aconteceu. No segundo dia lá estava eu, e nada novamente. Acalmei-me e após uma semana começou a surgir pequenos brotos verdes lutando para buscar o céu. Situação semelhante quando estava sentado em um banco de uma praça e fiquei olhando o jorrar da água na fonte, que fazia um percurso de mais ou menos três metros de altura improvisando em seu pico dedos tentando tocar o céu. E pensei, na verdade, eles já estão tocando o céu, pois tudo aquilo que está acima da terra já é o céu. E assim surgiram no céu pequenas folhas verdes plantadas pelas minhas mãos e cuidadas por um coração solitário neste imenso quarto, vazio de lembranças. Curiosamente em um vaso surgiram vários ramos que quem sabe quando se tornarão flores, e no outro apenas surgiu um. Apenas um, assim como eu neste universo. É claro que não deixei essa situação se eternalizar no vazio de um pequeno vaso comprado no 1,99. Logo, procurei outras flores para semear a diversidade da solidão. Agora elas estão lá, apenas aguardando o tempo cumprir seu papel que é fazer com que aprenda a conviver com suas disposições e fluxos contrários ao meu bel prazer.
Ah, enfim, mestre!!!