terça-feira, 17 de maio de 2005

O beijo que nunca dei...

Hoje, peguei-me acariciando a parede do quarto! Existia uma mancha de diferente tonalidade que me chamou a atenção. Existia! Porque ao apagar a luz a diferença desapareceu diante dos meus olhos. Foi o último não, o último até mais, o último me beija. Estava indo beijá-la e tudo se apagou diante dos meus olhos melancólicos. Este foi o beijo que nunca dei...
Graças a Deus que tudo se apagou. Afinal, paredes são frias. Duras. Sem graça, sem forma, sem vontade, sem opinião, sem brilho, sem beijo. Logo o beijo. Uma coisa tão simples, e tão importante. Um detalhe. Adoro detalhes como diria Zélia Duncan. Um bater das asas de uma borboleta. Um bater quente e úmido que provoca um tufão do outro lado do mundo. O lado que fujo e admiro e (des)conheço e quero e desfaço e desejo e corro. Cansei de ser julgado heterossexualmente. Cansei de ser machista. Estou cansado de correr atrás de mim mesmo. Quero me apaixonar, me entregar debilmente a alguém que não mereça. Alguém que me entorte a cabeça, me faça rir, chorar e cair os poucos fios de cabelo que restam. Careca de paixão.
Talvez amanhã acorde diferente, talvez não. Talvez não durma novamente, talvez sim. Afinal, já são duas e meia da manhã e tenho aula às 8h.
Estou mais tranqüila, afinal já estou resolvido. Resolvido a rimar novamente e ser o bissexual fumante que procura paredes para beijar.

sexta-feira, 13 de maio de 2005

Está difícil ser todo junto!

Depois que publiquei a última mensagem, surgiu um grande dilema: de um lado, reunir os pedaços de mim que ficaram pelo meu blog e, de outro, dividi-lo em partes que criei para sobreviver. Tudo culpa dessa ciência cartesiana que nos separa cruelmente. Fiquei tão em crise que não dei conta de resolver todo o problema e pedi a um amigo que escrevesse algo para mim, vejam o aconteceu:

A arte do social

Só, consigo, estou

na divisa que nos une.

Nos une pela beleza,

pelo quarto, pela vida,

pela arte, pelo social.

Olho pra você e vejo

silhuetas embaladas pelo

som da essência de nossa união.

Só, consigo, estou?

Pelo que vejo, estou belo,

estou no quarto, estou vivo,

estou escrevendo, estou com você.

Olho pra mim e vejo

que a divisa não existe.

São apenas silhuetas

da arte no social.

A beleza de dividir

me une pela beleza

de um quarto dividido.

Cativa os olhos, o coração,

o som, o cheiro, a luz,

as faces dependuradas na parede,

as estrelas, o tato e o amor.

Olho ao redor e vejo

que só não estou.

São apenas silhuetas...

Cilmar Benedito Cura

Não sei se consegui entender direito. Esse amigo é tão próximo e tão distante. Mas o fato é “que são apenas silhuetas” de um blog despedaçado pela Dialética e Vida e Eternidade e Ovo e Hegel e Aniversário e Cemitério e Pinga e Aula e Diálogo e Morte e Ilha e Barriga Fria e Solteira e Início e Meio e Fim e Recomeço e Bjork e Enya e Monet e Coração e Asas e e e e e e e e e e...

quinta-feira, 12 de maio de 2005

Asas são para voar

Uma hora da madrugada! E a insônia resolve aparecer. Teoricamente, hoje era para eu desmaiar na cama, no caso, colchão no chão. No entanto, pra variar, a realidade é outra. Estou aqui sob o céu do meu quarto, ouvindo Enya e pensando nos amores perdidos que ficaram entre o vão das coisas não ditas, ops, essa era com a música da Bjork. Tudo bem, a Bjork pode estar perdida nesse momento. Porque meus amores são trespassados? As representações se confundem entre músicas e palavras e sonhos e imagens e gostos.

O fato é que estou cansado. Cansado de ver asas presas pelas grades do futuro que ainda nem existe, ou do passado que cobra atitudes ressentidas. Chega disso! O futuro não existe, nos o construímos, e o passado apenas nos serve como referência para crescermos. Por exemplo, hoje construí um pouco do meu futuro outrora passado: sempre tive vontade de ter uma luz negra no quarto e hoje foi o dia. Inspirado pelas obras de arte que me rodeiam, segui meu destino e comprei o que faltava no meu presente. Carpe diem! Carpe diem!

Mas ainda faltava brilho e foi completado com estrelas brilhantes que agora olham para mim. As mesmas que me inspiraram a insônia, ou para ser mais otimista, esta mensagem para expressar e resolver meus problemas. Como assim? É claro que tenho problemas. Todos temos. E eles são grandes, são do tamanho do vazio no meu peito. O bom é que são problemas e, portanto, tem solução, pois caso contrário seria uma situação. E a solução destes problemas é escrever esta mensagem. Portanto, apreciem-na, entendam-na. Encontrem-se nos meus sentimentos, nos meus tormentos, nas minhas angústias. E percebem que asas são para voar. São para sentir o vento além das aparências. Para além do brilho das estrelas criadas para própria adoração e que agora caem sobre o meu próprio (col)chão.

(In)felizmente começaram os trocadilhos. Vou dormir, e detalhe, sem ter fumado um cigarro durante todo o dia. Boa noite!

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Quem vê bunda não vê coração

Do mesmo jeito que essa mensagem foi pensada, foi esquecida.