Depois que publiquei a última mensagem, surgiu um grande dilema: de um lado, reunir os pedaços de mim que ficaram pelo meu blog e, de outro, dividi-lo em partes que criei para sobreviver. Tudo culpa dessa ciência cartesiana que nos separa cruelmente. Fiquei tão em crise que não dei conta de resolver todo o problema e pedi a um amigo que escrevesse algo para mim, vejam o aconteceu:
A arte do social
Só, consigo, estou
na divisa que nos une.
Nos une pela beleza,
pelo quarto, pela vida,
pela arte, pelo social.
Olho pra você e vejo
silhuetas embaladas pelo
som da essência de nossa união.
Só, consigo, estou?
Pelo que vejo, estou belo,
estou no quarto, estou vivo,
estou escrevendo, estou com você.
Olho pra mim e vejo
que a divisa não existe.
São apenas silhuetas
da arte no social.
A beleza de dividir
me une pela beleza
de um quarto dividido.
Cativa os olhos, o coração,
o som, o cheiro, a luz,
as faces dependuradas na parede,
as estrelas, o tato e o amor.
Olho ao redor e vejo
que só não estou.
São apenas silhuetas...
Cilmar Benedito Cura
Não sei se consegui entender direito. Esse amigo é tão próximo e tão distante. Mas o fato é “que são apenas silhuetas” de um blog despedaçado pela Dialética e Vida e Eternidade e Ovo e Hegel e Aniversário e Cemitério e Pinga e Aula e Diálogo e Morte e Ilha e Barriga Fria e Solteira e Início e Meio e Fim e Recomeço e Bjork e Enya e Monet e Coração e Asas e e e e e e e e e e...
Um comentário:
Dificil mesmo é reconhecer e viver todo separado! Quando vemos que não somos um, mas, especificamente, dois, em grandiosidade, vivemos intensamente as duas máscaras, que por sua vez, também se mascaram...A cobrança é nata, seja só, seja vc, mas quem sou eu se não a Paula, se não a Xuxu? Os peculiares, as exeções, vivem dois, e convivem com a dificuldade de ser todo junto, mas como vc já disse...Todo junto se escreve separado, e separado se escreve todo junto...A prória Esfinge!
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