sexta-feira, 13 de maio de 2005

Está difícil ser todo junto!

Depois que publiquei a última mensagem, surgiu um grande dilema: de um lado, reunir os pedaços de mim que ficaram pelo meu blog e, de outro, dividi-lo em partes que criei para sobreviver. Tudo culpa dessa ciência cartesiana que nos separa cruelmente. Fiquei tão em crise que não dei conta de resolver todo o problema e pedi a um amigo que escrevesse algo para mim, vejam o aconteceu:

A arte do social

Só, consigo, estou

na divisa que nos une.

Nos une pela beleza,

pelo quarto, pela vida,

pela arte, pelo social.

Olho pra você e vejo

silhuetas embaladas pelo

som da essência de nossa união.

Só, consigo, estou?

Pelo que vejo, estou belo,

estou no quarto, estou vivo,

estou escrevendo, estou com você.

Olho pra mim e vejo

que a divisa não existe.

São apenas silhuetas

da arte no social.

A beleza de dividir

me une pela beleza

de um quarto dividido.

Cativa os olhos, o coração,

o som, o cheiro, a luz,

as faces dependuradas na parede,

as estrelas, o tato e o amor.

Olho ao redor e vejo

que só não estou.

São apenas silhuetas...

Cilmar Benedito Cura

Não sei se consegui entender direito. Esse amigo é tão próximo e tão distante. Mas o fato é “que são apenas silhuetas” de um blog despedaçado pela Dialética e Vida e Eternidade e Ovo e Hegel e Aniversário e Cemitério e Pinga e Aula e Diálogo e Morte e Ilha e Barriga Fria e Solteira e Início e Meio e Fim e Recomeço e Bjork e Enya e Monet e Coração e Asas e e e e e e e e e e...

Um comentário:

Anônimo disse...

Dificil mesmo é reconhecer e viver todo separado! Quando vemos que não somos um, mas, especificamente, dois, em grandiosidade, vivemos intensamente as duas máscaras, que por sua vez, também se mascaram...A cobrança é nata, seja só, seja vc, mas quem sou eu se não a Paula, se não a Xuxu? Os peculiares, as exeções, vivem dois, e convivem com a dificuldade de ser todo junto, mas como vc já disse...Todo junto se escreve separado, e separado se escreve todo junto...A prória Esfinge!