sexta-feira, 28 de outubro de 2005
Sem muita emoção
sábado, 8 de outubro de 2005
Surto Intelectual...
O problema, sempre tem um, é que eles não me tocam a pele. Não me fazem cafuné antes de dormir. Pelo contrário, lançam-me para além de meu corpo físico. Chutam minha alma para o desconhecido que procuro insanamente. Contraditoriamente, negam seus próprios sucessos. Ensinam-me a ser sujeito. Construir meu futuro nas circunstancias apresentadas nas portas da vida. Abre, fecha, abre, fecha. Quem está aí? O Destino bate a minha porta.
Páginas e páginas de pura abstração melancólica fazem-me dormir nos contos da vida. Vivo o paradoxo de uma contradição mediada por mim mesmo. Se quiser viver venha comigo, mas se quiser morrer podemos negociar. Dependerá de sua escolha, da qual o limite é a fechadura que se abre pela consciência-de-si no ser-outro.
A mão do amor se estende tentando me puxar de volta à superfície. Volto. Tudo está mudado. Calo-me diante o fascínio da flor que criei. Mas essa é outra estória, é meu surto amoroso...
quarta-feira, 5 de outubro de 2005
"O artista não cria como vive, vive como cria”
Depois estávamos na pizzaria e a Jú olhou pra mim e disse que eu estava sangrando. O problema que o imaginário é seu próprio vício. Uma coisa foi se agregando a outra. Até que um dia alguém comece a fazer as mediações até chegar na essência do fenômeno.
Esse sangue já correu tanto que foi até para a política. Estou construindo uma imagem exterior que afirme minha imagem interior. Meus “artêêê” são meus símbolos de resistência, que negam a imagem do Marcos Valério. Este com certeza passava o dedo na barriguinha daquela típica imagem de Buda. Têm também minhas sandálias que protegem meus calcanhares, tão frágeis como o sangue que corre pelas suas veias.
Teve também a história do Nietzsche que me presenteou com aquela frase da página 16. Depois disso fiquei tão em sintonia com o Espírito dele. Lembrando que para Hegel, o Espírito representa o caráter essencial do gênero humano, é a essência absoluta que se apóia em si mesma e que ao se manifestar, por meio de uma atividade, no caso, a filosofia, retorna a si.
Coincidência ou não. Hoje também experimentei a consciência de outro Espírito, Bachelard. E tudo começou na página 16, quando ele cita Lescure: “O artista não cria como vive, vive como cria”
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
Frase da semana misturada
“Nos pormenores, há uma quantidade incrível de coisas vividas e sofridas por mim; várias páginas pareceram-me ensangüentadas”
Também existe um poema de dois grandes amigos:
Meu amor não quer berços, quer a liberdade fora da cerquinha.
Fumaça, cinzas, meu amor... açúcar o dezabu.
Esquecendo o cinzeiro que está aqui,
Em frente aos meus olhos, esfumaçados pela cinza do meu amor,
Que não é dois, nem é mil
Cócegas? Quem as fazem? São ossos remoendo no frio.
Ventre cansado de azucar o dezabu.
Estará na música perdida, estará sozinha, de relance insinuada?
O passado é átomo desfeito, gelo, desespero e beleza.
Reflete meus olhos para o infinito de algo interior.
Mas dentro? Dentro? Lá dentro existe realmente?
São apenas cinzas...
Em meus olhos refletidos, de apetite.
Você é meu erro predileto, estaremos juntos?
Tu já fazes parte de minha alma...
És inseparável.
A face madura de meus dedos recostam tristes suas lágrimas.
Esta noite vejo-me sob os meus dedos,
Calejados pela vida, entorpecidos de vinho e mel.
Vejo-me em prosa, em conto, em poema, em vida.
Como arte vulgar, como imagem batida, como cores esquecidas.
E ainda relembro e relembro...
Cilmar Benedito Cura e Moacir Carranca